terça-feira, 3 de novembro de 2009

HISTÓRICO ESCRAVO ADÃO


Tudo começou em uma localidade chamada “Capoeira do Adão”.
Poucas coisas existiam ali: matos, florestas, flores, muito verde, terra a sumir de vista.
Conta-se que, faz parte da História do Município de Formiga, que, antigamente, existia uma febre (doença da bexiga) que matava muita gente, pouco se sabia como cuidar, muito menos, remédios não existiam.
A lenda ainda conta que, onde a pessoa com essa febre morria , teria que ser enterrada.
Assim, segunda a Sra. Lavínia Costa Almeida, Vininha do Bel, esposa do Sr. Bento Gomes de Almeida, Senhor Bel, conta que o seu sogro, o Sr. Hermínio de Almeida, casado com a Sra. América Francisca de Jesus, morava em um sítio, onde ainda é da família, na localidade denominada “Capoeira do Adão”, que um fato curioso aconteceu... um Sr. Vinha pelo caminho de carro de boi, teve essa dita febre, veio a falecer e por ali foi enterrado. Nesta época, há mais ou menos cem(100) anos, próximo a um barranco nesta localidade, onde supostamente ele teria sido enterrado foi colocada uma cruz que seria referência da lembrança de uma morte, para que todos que ali vivessem e passassem, soubessem do acontecido.
No barranco havia um número, hoje esquecido pela Sra. Vinhinha do Bel que marcava a data de seu falecimento.
Segundo a mesma, não se sabia ao certo seu nome, nem parentesco, posteriormente foi dado esse nome, dito até hoje, ESCRAVO ADÃO, relacionando o nome à referência da localidade: “CAPOEIRA DO ADÃO.”.
Durante algum tempo, segundo D. Vininha do Bel, o povo falava ser um lugar assombrado, mas para ela e muitos fiéis que freqüentavam ali, nada disso acontecia.
Muitas pessoas visitavam o lugar, como a Sra. Henriqueta Maria da Conceição e sua filha Margarida Santos Borges. D. Henriqueta era moradora há mais de 80 anos, na Rua Travessa Expedicionários, próximo ao posto São Vicente, muito querida por todos da redondeza, na época chamada Rua da Ritoca. Morreu em 14 de setembro de 1992, com 106 anos . Conta a Sra. Zulmira Maria da Conceição, filha de Henriqueta e irmã de Margarida, que vive na mesma casa até hoje, que as duas tinham uma fé muito grande pelo Escravo Adão e que durante aproximadamente 50 anos visitavam semanalmente o lugar, para elas sagrado, levavam flores e ascendiam velas. A mesma informou que Margarida tinha como desejo construir uma capela próxima ao lugar para santificar aquela alma que, para ela e sua família, era de extrema devoção.
Ainda segundo a Sra. Lavínia (Vininha do Bel) o lugar não tinha nada de assombrado, foi ali que ela, por 61 anos, passou diariamente, onde seu marido e irmãos foram criados e ela, posteriormente criou seus 09 filhos, netos e bisnetos e o lugar continua em poder de toda a família.
Para a Sra. Lavínia (Vininha do Bel) o lugar continua sendo um templo sagrado que transmite uma serenidade, é visitado e lembrado. São gerações que ali estiveram e que hoje,a partir deste histórico não deixará de ser lembrado, como um fato tão marcante e relevante da história de Formiga.
E é por esses motivos que a Administração Aluísio Veloso, prefeito do município e João Carlos Vespúcio, chefe do setor da Funerária e Cemitérios Municipais está resguardando a história do “ESCRAVO ADÃO”, preservando o ambiente, melhorando seu aspecto físico, arborizando a localidade, registrando sua história, evidenciando os fatos, para que as novas gerações conheçam mais este fato curioso da história de Formiga.

História - João Carlos Vespúcio

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